domingo, 20 de outubro de 2013
hicsos
Os hicsos (do egípcio heqa khasewet, "soberanos estrangeiros"; em grego: Ὑκσώς ou Ὑξώς; em árabe: الملوك الرعاة, "reis pastores") foram um povo asiático que invadiu a região oriental do Delta do Nilo durante a décima segunda dinastia do Egito, iniciando o Segundo Período Intermediário da história do Antigo Egito. São mostrados na arte local vestindo os mantos multicoloridos associados com os arqueiros e cavaleiros mercenários mitanni (ha ibrw) de Canaã, Aram, Kadesh, Sídon e Tiro.
O termo grego Hicsos deriva do egípcio Hik-khoswet, e significa "governantes de países estrangeiros". Flávio Josefo, historiador judeu do Século I d.C., preferiu verter por "pastores cativos", em vez de "reis pastores". O único relato pormenorizado sobre os Hicsos em qualquer antigo escritor é uma passagem não fidedigna duma obra perdida de Manetão (sacerdote egípcio e historiador do Século III a.C.), citada por Flávio Josefo em sua réplica a Apião. É interessante que Josefo, afirmando citar Manetão palavra por palavra, apresenta o relato de Manetão como associando os Hicsos directamente com os israelitas, talvez pelo fato de que ambos os grupos eram invasores estrangeiros e hostis; porém um grupo era sul-semitóide e o outro não.
O "Período dos Hicsos" ainda obscuro da história do Egipto, é entendido muito imperfeitamente. É consensual que os Hicsos foram uma vaga de povos asiáticos do corredor sírio-palestino e dos desertos limítrofes que ocupou gradualmente o Delta do Nilo, em busca de alimentos. O período consistiu essencialmente na mudança de governantes e na forma de administração.
Provavelmente a interface comercial era de semitas e a interface tecno-militar, de indoeuropeus migrantes do vale do Indo; os hicsos na origem eram mais uma aliança de povos e um evento cultural e tecnológico, mais do que invasores militares propriamente ditos. Em copta, Hakasu: estrangeiros, pastores, nómades.
A morte do Faraó Sebekneferu (aprox. 1780 a.C.) e a tomada de poder por Amósis (aprox. 1570 a.C.) podem ser determinadas com uma certa segurança. Tendo a data da morte de Sebekneferu ocorrido aproximadamente em 1780 a.C., e tendo Amósis se tornado Faraó por volta de 1570 a.C., o Segundo Período Intermédio teve uma duração não superior a cerca de 220 anos.
Os historiadores modernos acreditam que as citações de Antonio não são exactas ao associarem o termo Hicsos exclusivamente ao povo israelita. Mas, eles aceitam a ideia de uma conquista pelos Hicsos. Isto se deve principalmente a que podem achar pouca ou nenhuma informação nas antigas fontes egípcias para encher os registros do Segundo Período Intermédio que supostamente abrange da 14.ª Dinastia a 17.ª Dinastia. Por este motivo, os eruditos presumem que houve uma desintegração de poder egípcio. Os vestígios arquelógicos atualmente disponíveis conhecidos não confirmam e nem negam a ideia que os Hicsos tenham conquistado militarmente o Delta do Nilo; é certo que houve um sistema de fortalezas no Levante nos anos finais do período.
Muitos comentadores bíblicos situam a entrada de José no Egipto, a sua ascensão a segundo governante do Egipto ou Vizir, a entrada de Jacó e sua família, no "Período dos Hicsos", no Segundo Período Intermediário. O livro bíblico de Génesis mostra que o Egipto era bem receptivo aos estrangeiros desde o tempo do nômade Abraão. Mas é bem possível que o relato de Manetão sobre os Hicsos seja a versão egípcia oficial dos sacerdotes no esforço de justificar a permanência do povo israelita no Egipto durante 215 anos e no destaque que José e Moisés obtiveram (José, como Vizir, e Moisés, como um príncipe da Casa Real).
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