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terça-feira, 27 de agosto de 2013
Hermanubis
In classical mythology, Hermanubis (Greek: Ἑρμανοῦβις) was a god who combined Hermes (Greek mythology) with Anubis (Egyptian mythology). He is the son of Set and Nephthys.
Hermes and Anubis's similar responsibilities (they were both conductors of souls) led to the god Hermanubis. He was popular during the period of Roman domination over Egypt. Depicted as having a human body and jackal head, with the sacred caduceus that belonged to the Greek god Hermes, he represented the Egyptian priesthood, engaged in the investigation of truth. The divine name Ἑρμανοῦβις is known from a handful of epigraphic and literary sources, mostly of the Roman period. Plutarch cites the name as a designation of Anubis in his underworldly aspect, while Porphyry refers to Hermanubis as σύνθετος "composite" and μιξέλλην "half-Greek". Although it was not common in traditional Greek religion to combine the names of two gods in this manner, the double determination of Hermanubis has some formal parallels in the earlier period. The most obvious is the god Hermaphroditus, attested from the fourth century BC onwards, but his name implies the paradoxical union of two different gods (Hermes and Aphrodite) rather than an assimilation in the manner of Hermanubis.
domingo, 21 de julho de 2013
Evémero
Evêmero (português brasileiro) ou Evémero (português europeu) (em grego chamado Ευημερος, transl. Euémeros; c. 330 a.C., Messina, Sicília — cerca de 250 a.C., Alexandria, Egito) foi um escritor e hermeneuta grego da época helenística, pai da corrente hermenêutica conhecida como evemerismo. Segundo ele, os personagens mitológicos são seres humanos divinizados pelo medo ou pela admiração dos povos. Ele era amigo do rei Cassandro, da Macedônia, e viajou muito pelo mundo grego .
Um texto de Evêmero, parte da História Sagrada , foi preservado no livro VI da Biblioteca Histórica de Diodoro da Sicília, citado por Eusébio de Cesareia na Praeparatio evangelica, 2. 2. 59B-61A.
Evêmero defendia que os escritores dos mitos (Homero, Hesíodo, Orfeu e outros) haviam inventado histórias monstruosas sobre os deuses.
Em uma das suas viagens, ele parou na ilha Panchaea, além da Arábia , onde observou o culto local aos deuses . No templo da ilha havia inscrições com os atos de Urano, Cronos e Zeus .
Urano foi o primeiro rei, tinha conhecimentos de astronomia, e foi o primeiro a honrar os deuses dos céus com sacrifícios, o que fez com que ele ganhasse o nome de Urano ou os céus .
Urano teve dois filhos e duas filhas com Héstia: Titã, Cronos, Reia e Deméter . Cronos sucedeu Urano, e se casou com Reia, com quem teve os filhos Zeus, Hera e Posidão . Zeus sucedeu Cronos, se casou com Hera, Deméter e Têmis, com quem teve, respectivamente, os curetes, Perséfone e Atena .
Zeus foi à Babilônia, encontrou-se com Belo, e depois foi à ilha da Panchaea, onde estabeleceu um altar a Urano . Em seguida viajou para a Síria, onde se encontrou com seu rei Casius, e conquistou a Cilícia do seu governador Cílix .
Zeus visitou várias outras nações, e foi publicamente proclamado como deus .
Outro texto de Evêmero foi preservado por Lactâncio, através da tradução de Ênio . Nesta versão, Evêmero recolheu as inscrições de uma coluna de ouro no tempo de Júpiter em Trifilia, que havia sido colocada pelo próprio Júpiter, contando os seus feitos, para servir como memorial . Um dos atos de Júpiter foi entregar a Netuno o comando dos mares, das ilhas e das regiões costeiras . Júpiter também ofereceu sacrifícios ao seu avô Cœlus, que morreu no Oceano e foi enterrado em Aulatia . O primeiro grande rei foi Cœlus, que reinou junto de seus irmãos, seguido de Saturno .
O capítulo XIV do Livro I de Instituições Divinas é dedicado à História Sagrada de Evêmero e Ênio: Saturno se casou com Ops, mas Titã, que era mais velho que Saturno, exigiu o reino para si. Vesta, mãe de Saturno, e suas irmãs Ceres e Ops, recomendaram que Saturno não desse o reino para Titã, e Titã acabou aceitando, mas com a condição de que se Saturno tivesse filhos homens, ele não os criaria, de forma que a sucessão passasse para os filhos de Titã. Saturno assim fez, matando seus filhos homens, até quando nasceram gêmeos, Júpiter e Juno; Juno foi apresentada a Saturno, e Júpiter foi dado a Vesta, que o criou escondido de Saturno. Quando nasceu Netuno, Ops também o criou em segredo. Analogamente, quando nasceram os gêmeos Plutão e Glauca, apenas Glauca foi apresentada a Saturno, sendo Plutão escondido, mas Glauca morre ainda jovem. Quando Titã descobriu que Saturno teve filhos homens, ele o atacou com seus filhos, os titãs, e trancou Saturno e Ops em uma muralha, colocando-os sob guarda. Quando Júpiter cresceu, ele veio com um exército de cretenses, derrotou Titã, libertou seus pais e voltou para Creta. Mas Saturno ouviu um oráculo de que Júpiter o expulsaria do reino, tentou matá-lo, mas Júpiter descobriu o plano e baniu Saturno para a Itália
sábado, 20 de julho de 2013
Potnia Theron
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Representação da deusa Artemis Orthia na usual posição de Potnia Theron, em um marfim arcaico de oferenda (Museu Nacional de Arqueologia, Atenas) |
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Ésquilo
A arte grega do drama teve suas raízes nos festivais religiosos dedicados aos deuses da mitologia grega, especialmente Dioniso, deus do vinho. Durante a época em que Ésquilo viveu competições dramáticas passaram a ser uma parte integrante da Dionísia da Cidade, realizada durante a primavera. O festival se iniciava com uma procissão de abertura, à qual se seguia uma competição de rapazes cantando ditirambos, e culminava com duas competições dramáticas. A primeira competição da qual Ésquilo teria participado reuniu três autores que apresentaram três tragédias cada um, seguidas por uma pequena peça satírica. Seguia-se uma segunda competição de cinco dramaturgos cômicos, e os vencedores de ambas as competições eram escolhidos por um corpo de jurados. Ésquilo participou de muitas destas competições ao longo de sua vida, e diversas das fontes antigas atribuem entre setenta e noventa peças a ele. Apenas sete de suas tragédias sobreviveram intactas até os dias de hoje: Os Persas, Sete contra Tebas, As Suplicantes, a trilogia conhecida como A Oresteia, que consiste das três tragédias Agamenon, As Coéforas e As Eumênides, além de Prometeu Acorrentado, cuja autoria é questionada. Com a exceção desta última, cujo sucesso é incerto, sabe-se com segurança que todas estas venceram a primeira colocação na Dionísia da Cidade. A Vida de Ésquilo alexandrina indica que o dramaturgo teria vencido por treze vezes o torneio.
Uma característica marcante da dramaturgia esquiliana parece ter sido sua tendência de escrever trilogias interligadas, onde cada peça serve como um capítulo de uma narrativa dramática contínua. A Oresteia é o único exemplo ainda existente deste tipo de trilogia do autor, porém existem diversas evidências que eram frequentes no catálogo de Ésquilo. As peças cômicas satíricas que se seguiam às suas trilogias dramáticas frequentemente abordavam um tópico mítico relacionado. A peça satírica Proteu, por exemplo, encenada juntamente com a Oresteia, abordava a história do período em que Menelau esteve no Egito, durante sua viagem de volta para casa após a Guerra de Troia. Com base nas evidências fornecidas por um catálogo de títulos de peças de Ésquilo, scholia e fragmentos de peças citados por autores posteriores, acredita-se que três outras das peças existentes de Ésquilo tenham feito parte de trilogias: Sete contra Tebas seria a peça final de uma trilogia sobre Édipo, e As Suplicantes e Prometeu Acorrentado seriam as primeiras partes de diferentes trios. Diversas destas trilogias abordaram mitos relacionados à Guerra de Troia; uma delas, conhecida coletivamente como a Aquileida, que reunia as obras Mirmidões, Nereidas e Frígios (ou O Resgate de Heitor), narrava a morte de Heitor nas mãos de Aquiles e a subsequente troca do cadáver do heroi mediante pagamento de resgate; outra trilogia aparentemente narrava a entrada do aliado troiano Mêmnon na guerra, e de sua morte por obra de Aquiles (Mêmnon e A Pesagem das Almas seriam dois componentes da trilogia); A Premiação das Armas, As Frígias e As Salaminas sugerem uma trilogia sobre a loucura e o subsequente suicídio do heroi Ájax. Ésquilo também parece ter abordado o retorno de Odisseu a Ítaca depois da guerra (incluindo o assassinato dos pretendentes de sua esposa, Penélope, e as consequências do ato) com uma trilogia, composta por Os Evocadores de Almas, Penélope e Os Coletores de Ossos. Outras trilogias sugeridas pelos estudiosos teriam abordado o mito de Jasão e os Argonautas (Argos, Lêmnias, Hipsípile), a vida de Perseu (Os Pescadores, Polidetes, Fórcides), o nascimento e os feitos de Dioniso (Sêmele, Bacantes, Penteu) e o cenário posterior à guerra mostrada em Sete contra Tebas (Eleusinas, Argivas, Filhos dos Sete).
Dionísias
Havia na Grécia Antiga três grandes festivais em homenagem a Dionisio: as Dionísias Rurais, que se celebrava a meio do inverno e que se destinava a solicitar os favores de Dionisio à fertilidade das terras; o Festival de Lenaea, que decorria em janeiro, devotado aos casamentos; e o principal festival para o qual as peças gregas que chegaram aos nossos dias foram escritas: a Grande Dionísia ou Dionísia Urbana, celebrada em Atenas.
Em 534 a.C., Pisistrato, governante de Atenas, traz para a cidade um ritual dionisíaco e altera-o criando competições dramáticas, chamadas Grandes Dionisíacas. Téspis consegue o primeiro lugar nesse mesmo ano. Nos 50 anos seguintes as competições tornam-se eventos periódicos. Os preparativos da “Grande Dionísia” eram feitos com 10 meses de avanço. Os poetas que desejavam competir tinham, primeiro que submeter as suas obras à autoridade - Archon - e que escolhia uma trilogia, por cada autor - para ser representada. A cada poeta era então atribuído um actor principal e um patrono, o Coregos, um homem abastado que tinha como dever cívico pagar a produção. Os atores eram pagos pelo Estado.
Já na Grécia Antiga havia benefícios fiscais: o Corego que financiasse uma dessas produções não pagava impostos nesse ano. A essas representações assistiam não só os cidadãos atenienses de pleno direito, mas também os altos dignitários dos estados aliados de Atenas.
O autor compunha também a música para a sua peça e coreografava as danças. Também treinava o Coro. E até o número de actores ter crescido, representava igualmente o papel principal.
O primeiro dia da Dionísia era dedicado a uma esplendorosa procissão (de que se pode ver uma representação escultórica no famoso friso do Partenon). Os atores participavam nela usando trages de palco, mas sem máscaras. Os três dias seguintes eram dedicados às tragédias e o quarto às comédias. Mais tarde as comédias passaram a ser representadas ao anoitecer a seguir às tragédias, que tinham início ao alvorecer.
Cada autor de tragédias tinha que contribuir com três peças, ligadas ou separadas, e também com uma peça de sátiros, sobre a qual se sabe muito pouco. Parece que se tratava de um comentário jocoso ao tema principal das tragédias e ligava-se de certo modo às primitivas adorações a Dionisio.
No caso das comédias os autores limitavam-se a apresentar uma peça cada um. Havia prémios para as melhores Comédias, para as melhores tragédias, para as melhores produções e mais tarde para o melhor ator trágico (um pouco à semelhança dos oscares do cinema americano).
Muitos poetas escreveram peças para a Grande Dionísia, mas só chegaram até nós algumas obras de três deles: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.
Os atores das Tragédias usavam provavelmente muito pouca maquilhagem, mas em vez disso, usavam máscaras com expressões faciais exageradas. Calçavam igualmente umas botas de couro, com uns grandes saltos, apertadas nos joelhos por cordões, chamadas Cotorni (Cotornos, no singular). Havia pouco ou nenhum cenário.
As festividades Dionísiacas eram igualmente um meio de exploração social, no domínio da competição entre os concorrentes, e cultural, integrando a arte de expressão dramática.
Arquitas de Tarento
Arquitas de Tarento (em grego antigo: Ἀρχύτας ο Ταραντίνος; 428 a.C. - 347 a.C.) foi um filósofo, cientista, estratega, estadista, matemático e astrónomo grego, considerado o mais ilustre dos matemáticos pitagóricos. Acredita-se ter sido discípulo de Filolau de Crotona e foi amigo de Platão. Fundou a mecânica matemática e influenciou Euclides. Foi o primeiro a usar o cubo em geometria e a restringir as matemáticas às disciplinas técnicas como a geometria, aritmética, astronomia e acústica. Embora inúmeras obras sobre mecânica e geometria lhe sejam atribuídas, restaram apenas fragmentos cuja preocupação central é a Matemática e a Música. Arquitas nasceu em Tarento, Magna Grécia (atual sul da Itália) e foi o filho de Mnesagoras ou Histieu. Por um tempo foi ensinado por Filolau, e foi professor de matemática de Eudoxo de Cnido. Menaecmo foi estudante de Arquitas e Eudoxo. Acredita-se que Arquitas seja o fundador da mecânica matemática. Como apenas foi descrito na obra de Aulus Gellius cinco séculos depois, ele tem a fama de ter projetado e construído o primeiro mecanismo voador artificial de auto-propulsão, um modelo em forma de pássado propulsionado provavelmente por um jato de vapor, que dizem ter realmente voado cerca de 200 metros . Esta máquina, que seu inventor chamou "O pombo", pode ter sido suspensa por um fio ou pivô para o seu vôo . Arquitas também escreveu algumas obras perdidas, já que foi incluído por Vitrúvio na lista dos doze autores de obras de mecânica . Thomas Winter sugeriu que os pseudo-aristotélicos "Problemas mecânicos" são um importante trabalho mecânico de Arquitas, não tendo sido perdidos mas apenas mal atribuidos . Arquitas cunhou o termo média harmónica, importante muito mais tarde na geometria projetiva e na teoria dos números, embora não a tivesse inventado . De acordo com Eutócio, Arquitas resolveu o problema da duplicação do cubo à sua maneira com uma construção geométrica . Antes dele, Hipócrates de Quíos reduziu este problema a encontrar médias proporcionais. A teoria das proporções de Arquitas é tratada no livro VIII de os Elementos de Euclides, onde se encontra a construção de duas médias proporcionais, equivalente à extração da raiz cúbica. De acordo com Diógenes Laércio, esta demonstração, que utiliza linhas geradas pelo movimento das figuras para construir os dois proporcionais entre as magnitudes, foi a primeiro em que a geometria foi estudada com os conceitos da mecânica.
Aristarco de Samos
Aristarco de Samos (em grego: Αρίσταρχος ο Σάμιος; 310 a.C. — 230 a.C.) foi um astrônomo e matemático grego, sendo o primeiro cientista1 a propor que a Terra gira em torno do Sol (sistema heliocêntrico) e que a Terra possui movimento de rotação . Por tal afirmação, foi acusado de impiedade por Cleanto, o Estóico .
Apenas uma obra sua é conhecida: Sobre os tamanhos e distâncias entre o Sol e a Lua. Neste tratado, Aristarco realizou cálculos geométricos das dimensões e distâncias do Sol e da Lua.Também tentou determinar as distâncias e o tamanho do Sol e da Lua. Atualmente o seu nome é atribuído a uma cratera lunar. As suas conclusões sobre a organização do Sistema Solar, mesmo sendo simples, são admiradas ainda hoje pela sua coerência. Aristarco concluiu que o Sol estaria 20 vezes mais distante da Terra do que da Lua, mas, embora seja cerca de 400 vezes, o seu procedimento estava correto. Aristarco também procurou calcular o diâmetro da Lua em relação ao da Terra, baseando-se na sombra projetada pelo nosso planeta durante um eclipse lunar e concluiu que a Lua tinha um diâmetro três vezes menor que o da Terra, sendo que o valor correto é 3,7 vezes. Com esse dado, deduziu que o diâmetro solar era 20 vezes maior que o da Lua e cerca de 7 vezes maior que o da Terra. Também calculou, com mais precisão do que a dos antigos sábios, a duração de um ano solar. Embora obtivesse muitos erros em seus resultados, o problema estava mais nos instrumentos utilizados por ele do que nos seus métodos, que eram corretos. Aristarco tinha bom senso. Para ele, seria mais natural supor que um astro menor girasse em torno de um maior, que era uma opinião diferente da dos seus antecessores.
Todavia, a afirmação heliocêntrica não aparece neste trabalho. Na verdade, ela é conhecida através de uma referência feita por Arquimedes no seu Arenarius. A teoria heliocêntrica só ganharia reconhecimento e validade mais de mil anos depois, com Copérnico.
Plutarco menciona a evolução da medida do tamanho da Lua: segundo os egípcios, a Lua seria 1/72 menor que a Terra; segundo Anaxágoras, ela teria o tamanho do Peloponeso; mas segundo Aristarco, seu tamanho seria entre 19/60 e 43/108 do tamanho da Terra4 (usando o diâmetro conhecido da Terra, este intervalo corresponde a 4039 - 5079 km, um pouco maior que o valor real de 3475 km). Outra medida de Aristarco é de 18 a 20 vezes a razão entre a distância Terra - Sol para a distância Terra - Lua (a razão correta é cerca de 400).
terça-feira, 16 de julho de 2013
Hesíodo
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Hesíodo e a Musa, de Gustave Moreau. O poeta é representado aqui com uma lira, o que contradiz o relato apresentado pelo próprio Hesíodo, no qual o presente foi um ramo de louros. |
Eurípides
Eurípides (também grafado Eurípedes; do grego antigo: Εὐριπίδης) (Salamina, ca. 480 a.C. — Pela, Macedônia, 406 a.C.) foi um poeta trágico grego, do século V a.C., o mais jovem dos três grandes expoentes da tragédia grega clássica, que ressaltou em suas obras as agitações da alma humana e em especial a feminina. Tratou dos problemas triviais da sociedade ateniense de seu tempo, com o intuito de moderar o homem em suas ações, que se encontravam descontroladas e sem parâmetros, pois o que se firmava naquela sociedade era uma mudança de valores de tradições que atingiam diretamente no modo de pensar e agir dos homens gregos.
Pouco se sabe de sua vida, mas parece ter sido austero e pouco sociável. Apaixonado pelo debate de idéias, suas investigações e estudos lhe trouxeram mais alfições do que certezas. Alguns críticos o chamaram de "filósofo de teatro", mas não há certeza se Eurípedes, de fato, pertenceu a alguma escola filosófica, mas sim a grupos de filosófos. Contudo, parece inegável a influência do filósofo Anaxágoras de Clazômenas e também do movimento sofístico.
Ao longo da sua vida, Eurípides foi considerado quase um marginal e foi frequentemente satirizado nas comédias de Aristófanes. No final da vida, talvez desiludido com a natureza humana, viveu recluso rodeado de livros e morreu em 406 a.C., dois anos antes de Sófocles.
Para Eurípides, os mitos (elementos vitais da tragédia) eram apenas coleções de histórias cuja função era perpetuar crenças sobre concepções primitivas. Por tal motivo, opta por relatar em suas tragédias a história dos negados e/ou vencidos, podendo citar como exemplo a obra As Troianas, em que o autor relata a história das mulheres da cidade de Troia (lembrando que na época as mulheres não eram consideradas como membros da sociedade). Nisso se diferencia tanto de seus predecessores quanto rompe com características importantes aos gregos. Esse rompimento talvez lhe tenha impedido de construir peças harmônicas e perfeitas no seu conjunto, já que os mitos cumpriam muito bem esse papel de fundo. Mesmo assim, compôs cenas memoráveis e agudas análises psicológicas.
As suas peças não são acerca dos deuses ou a realeza, mas sobre pessoas reais. Colocou em cena camponeses ao lado de príncipes e deu igual peso aos seus sentimentos. Mostrou-nos a realidade da guerra, criticou a religião, falou dos excluídos da sociedade: as mulheres, os escravos e os velhos.
Em termos dramatúrgicos Eurípedes adicionou o Prólogo à peça, no qual “situa a cena” (apresenta o que se vai passar). E criou também o “deus ex machina” que servia muitas vezes para fazer o final da peça.
Embora premiado poucas vezes (cinco) nos concursos trágicos de Atenas (Dionísias Urbanas, Lenéias), (apesar de ter escrito cerca de 92 peças), no final do século V a.C., desfrutou de grande popularidade nos séculos subseqüentes,é atualmente muito mais popular que Ésquilo ou Sófocles. Os recursos dramáticos que utilizou em suas tragédias, notadamente as posteriores a 420 a.C., influenciaram diversos gêneros dramáticos posteriores, entre eles a "Comédia Nova", o drama (e também o melodrama) e a novela.
Apresentou as suas primeiras tragédias na Grande Dionisíaca de 445 a.C., mas só venceu a primeira competição em 441 a.C..
O enredo de suas tragédias foi muitas vezes aproveitado por dramaturgos modernos, como Racine, Goethe e Eugene O'Neil.
Eurípedes foi o último dos três grandes autores trágicos da Atenas clássica (os outros dois foram Ésquilo e Sófocles). Especialistas estimam que Eurípedes tenha escrito 95 peças, embora quatro delas provavelmente tenham sido escritas por Crítias. Ele foi autor do maior número de peças trágicas da Grécia que chegaram até nós: dezoito no total (de Ésquilo e Sófocles sobreviveram, de cada um, sete peças completas). Hoje, é amplamente aceito que Rhesus, tida como a décima nona peça completa, possivelmente não seja de Eurípedes. Fragmentos, alguns substanciais, da maioria das outras peças também sobreviveram.
Bacchylides
Bacchylides (/bəˈkɪlɨˌdiːz/; Ancient Greek: Βακχυλίδης) (5th century BC) was a Greek lyric poet. Later Greeks included him in the canonical list of nine lyric poets which included his uncle Simonides. The elegance and polished style of his lyrics have been noted in Bacchylidean scholarship since at least Longinus (De Sublimitate 33,5). Some scholars, however, have characterized these qualities as superficial charm. He has often been compared unfavourably with his contemporary, Pindar, as "a kind of Boccherini to Pindar's Haydn", yet the differences in their styles doesn't allow for easy comparison and "to blame Bacchylides for not being Pindar is as childish a judgement as to condemn...Marvel for missing the grandeur of Milton." His career coincided with the ascendency of dramatic styles of poetry, as embodied in the works of Aeschylus or Sophocles, and he is in fact one of the last poets of major significance within the more ancient tradition of purely lyric poetry. The most notable features of his lyrics are their clarity in expression and simplicity of thought, making them an ideal introduction to the study of Greek lyric poetry in general and to Pindar's verse in particular.
Píndaro
'Píndaro ({{lang-gr|Πίνδαρος - Píndaros, na transliteração; 522 a.C. — 443 a.C.), também conhecido como Píndaro de Cinoscefale ou Píndaro de Beozia (518 a.C., Tebas – 438 a.C., Argos), foi um poeta grego, autor de "Epinícios" ou "Odes Triunfais", e autor também da célebre frase "Homem, torna-te no que és".
Chegaram-nos um total de 45 epinícios, divididos em quatro livros, conforme o nome dos jogos que celebravam: Olímpicas, Píticas, Neméias e Ístmicas. Descendente dos átridas, chegou aos dez anos em Atenas, onde aprendeu música com os mestres Agatides e Apolodoro. Estudou em Delfos e Egina, colhendo as tradições que o fizerem brilhar na vida artística. Na "Décima Pítica", seu primeiro poema, parece alertar os homens sobre o perigo da guerra e convencê-los à paz.
Em 447 A.C., o rei Hierão de Siracusa, chamou-o, livrando-o de inúmeras dificuldades. Isto é relatado na "Quarta Pítica".
Não alcançou sucesso na atividade pacificadora, sendo preso na batalha de Patea.
Depois seus cantos alcançaram grande fama em toda Grécia cultivando todas as formas líricas conhecidas (hinos, odes, cantos, ditirambos e epinícios).
Somente a quarta parte de sua produção chegou à atualidade. Conservam-se, a parte de outros fragmentos, quatro livros de "Epinícios" ou "Cantos Triunfais", que se referem às diferentes festas "pan-helênicas". As odes epinicianas louvavam os jogos olímpicos, embora Píndaro não tenha conseguido clareza na descrição. A maioria dos poemas é dividida em estrofes, mas a estrutura é principalmente triádica. O dialeto usado nas odes visava a fazê-las compreensíveis da Ásia Menor à Sicília, embora não fosse fácil seguir o seu pensamento muito fragmentado. Só há clareza na sua obra quanto a sua pessoal devoção religiosa.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
húbris
A húbris ou hybris (em grego ὕϐρις, "hýbris") é um conceito grego que pode ser traduzido como "tudo que passa da medida; descomedimento" e que atualmente alude a uma confiança excessiva, um orgulho exagerado, presunção, arrogância ou insolência (originalmente contra os deuses), que com frequência termina sendo punida. Na Antiga Grécia, aludia a um desprezo temerário pelo espaço pessoal alheio, unido à falta de controlo sobre os próprios impulsos, sendo um sentimento violento inspirado pelas paixões exageradas, consideradas doenças pelo seu caráter irracional e desequilibrado, e concretamente por Até (a fúria ou o orgulho). Opõe-se à sofrósina, a virtude da prudência, do bom senso e do comedimento ("Aquele a quem os deuses querem destruir, primeiro deixam-no louco"— Eurípides). Aristóteles definiu hubris como uma humilhação para a vítima, não por causa de qualquer coisa que tenha acontecido ou que ela tenha feito ou pudesse fazer contra você, mas meramente por descaso seu em relação à ela. Húbris não é o acerto de contas por erros cometidos - isso é vingança. Húbris é o descaso que alguém tem pelos outros, ou pelos deuses, achando que pode fazer tudo que quiser. A húbris é relacionada ao conceito de moira, que em grego significa 'destino', 'parte', 'lote' e 'porção' simultaneamente. O destino é o lote, a parte de felicidade ou desgraça, de fortuna ou desgraça, de vida ou morte, que corresponde a cada um em função da sua posição social e da sua relação com os deuses e os homens. Contudo, o homem que comete húbris é culpável de desejar mais daquilo que lhe foi concedido pelo destino. O castigo dos deuses para a húbris é a nêmesis, que tem como efeito fazer o indivíduo retornar aos limites que transgrediu ("Podes observar como a divindade fulmina com os seus raios os seres que sobressaem demais, sem permitir que se jactem da sua condição; por outro lado, os pequenos não despertam as suas iras. Podes observar também como sempre lança os seus dardos desde o céu contra os maiores edifícios e as árvores mais altas, pois a divindade tende a abater todo o que descola em demasia."— Heródoto, História viii.10).A húbris é um tema comum na mitologia, as tragédias gregas e o pensamento pré-socrático, cujas histórias incluíam com frequência protagonistas que sofriam de húbris e como consequência da sua transgressão eram castigados pelos deuses (o qual não necessariamente implica um desfecho trágico). A tragédia ocorre com a ultrapassagem do metron pelo homem, uma transgressão contra a ordem social e, portanto, contra os deuses imortais: a hybris. Isto origina a nêmesis, o ciúme divino, provocando que seja lançada contra o herói a Até, a cegueira da razão. Ele virá a ser subjugado sem apelo pela moira, o destino cego. Na Teogonia de Hesíodo, as diferentes raças de homens (de bronze, de ferro, etc) vão sucedendo-se enquanto as anteriores são condenadas pela sua húbris. Em certo jeito, a infração de Agamemnon no primeiro livro da Ilíada é relacionada com a húbris, por ter despojado Aquiles da parte da pilhagem que lhe deveria corresponder por justiça. Pela sua vez, Heráclito amostra a húbris como o assinalamento de uma infração para o Nous ou deus legal: «O sol não traspassará as suas medidas, pois se não será descoberto pelas Erínias, assistentes da Dice.» Porém, Heráclito acredita que enquanto haja discórdia, poderão as partes fundir-se no Um. Portanto aqui a húbris é um fluir de opostos, fazendo possível a vida. Havia também uma deusa chamada Hybris, a personificação do anterior conceito: insolência e falta de moderação e instinto. Hybris passava a maior parte do tempo entre os mortais. Segundo Higino era filha de Érebo e a Noite, atribuindo outros autores a maternidade de Coros, o daimon do desdém. No direito grego, a húbris refere-se com maior frequência à violência ébria dos poderosos para os débeis. Na poesia e a mitologia, o término foi aplicado àqueles indivíduos que se consideram iguais ou superiores aos deuses. A húbris era com frequência o 'trágico erro' ou hamartia das personagens dos dramas gregos.
nêmesis
A palavra 'nêmesis' vem do grego antigo νέμεσις, derivado do verbo νέμω (némo: 'distribuir'), da raiz indo-europeia nem-. O termo foi usado com o significado de 'desdém', 'indignação', por Homero (na Odisseia) e Aristóteles (na Etica Nicomachea), e com o sentido de 'vingança', 'castigo', por Heródoto, Claudio Eliano (na Varia historia) e Plutarco. Na Theologumena arithmeticae de Jâmblico designa o numeral cinco.
A palavra tem também o sentido de "justiça distributiva". Originariamente, a deusa grega infligia dor ou concedia felicidade segundo o que era justo. Portanto, por antonomásia, entende-se nêmesis como a situação negativa que se segue a um período particularmente favorável, como ato de justiça compensatória. A ideia que subjaz ao termo é a de que o mundo deve obedecer a uma lei de harmonia, segundo a qual o bem deve ser compensado pelo mal em igual medida.
Em português, a palavra designa 'alguém que exige ou inflige retaliação' ou, por extensão de sentido, um 'rival ou adversário temível e geralmente vitorioso'. Na cultura anglo-saxã moderna, o termo assumiu o significado de 'inimigo' ou o pior inimigo de uma pessoa, normalmente alguém que é exatamente o oposto de si, mas que é, também, de algum modo muito semelhante a si. Por exemplo, o Professor Moriarty é frequentemente descrito como a nêmesis de Sherlock Holmes, isto é, seu arqui-inimigo, pelo qual, todavia, nutre grande respeito e admiração. Segundo Hesíodo, Némesis, deusa grega da segunda geração, era uma das filhas da deusa Nix (a noite). Pausânias citou-a como filha dos titãs Oceano e Tétis. Autores tardios puseram-na como filha de Zeus e de Têmis.
Apesar de Nêmesis nascer na família da maioria dos deuses trevosos, vivia no monte Olimpo e figurava a vingança divina.
Nasceu ao mesmo tempo em que Gaia concebeu Têmis. Gaia, preocupada com a infante Têmis, que poderia vir a ser vítima da loucura de Urano, entregou-a a Nix. Esta, cansada de tanto gerar por esquizogênese, entregou as deusas aos cuidados das moiras, deusas do destino.Em Ramnunte, pequena cidade da Ática não muito longe de Maratona, na costa do estreito que separa a Ática da ilha de Eubeia, Nêmesis tinha um templo célebre. A estátua da deusa foi esculpida por Fídias num bloco de mármore de Paros trazido pelos persas e destinado a fazer um troféu. Os persas tinham-se mostrado demasiado seguros da vitória, denotando desmesura (húbris), e nunca tomaram Atenas, pois Nêmesis tomou partido em favor de Atenas. Nêmesis encorajou o exército ateniense de Maratona.
Nêmesis representa a força encarregada de abater toda a desmesura (húbris), como o excesso de felicidade de um mortal ou o orgulho dos reis, por exemplo. Essa é uma concepção fundamental do espírito helênico: "Tudo que se eleva acima da sua condição, tanto no bem quanto no mal, expõe-se a represálias dos deuses. Tende, com efeito, a subverter a ordem do mundo, a pôr em perigo o equilíbrio universal e, por isso, tem de ser castigado, se se pretende que o universo se mantenha como é".
O mito de Er
O mito de Er é uma história que Platão conta no livro A República, livro X, de 614b a 621b. Trata-se de um relato, transmitido oralmente, de alguém que retornou do Hades. No mito de Er, o essencial é que fossem quais fossem as injustiças cometidas e as pessoas prejudicadas, as almas injustas pagavam a pena de quanto houvessem feito em vida, a fim de purificarem a alma. Uma tal escatologia desvela um logos cósmico, fundamentalmente moral, na ordem de uma teleologia vinculativa para o humano. Platão, discípulo de Sócrates, dizia que o poder da virtude era tal que teria repercussões para além da própria e limitada vida de um individuo, ou seja, depois da morte. É assim que retoma o tema da imortalidade e relata um mito, figura literária muito usada na Grécia antiga. Este mito é vulgarmente conhecido como O Purgatório, pois representa, para alguns interpretadores, um nível intermédio entre o Inferno e o Céu. O Mito de Er deve ser lido em permanente intertextualidade com os demais mitos e/ou contos platónicos, sobretudo com a Alegoria da Caverna.A linguagem mitológica, em Platão, absorve a um tempo uma importância escatológica e teleológica (e até mesmo teológica na medida em que requer uma determinada concepção da divindade). Preponderantemente religiosa, a mensagem de cada mito platónico apresenta-se sobre a forma de uma moral que interessa retirar e interiorizar por cada um, de modo a se compreender o sentido de ser homem e o fim próprio de um tal ser. O fim para que Platão usa o mito evidencia-se quando da apresentação do mito da mátria/pátria (414c-415c, 468e, 547a-c). Isto é, a linguagem mitológica é uma outra forma, implícita e não totalmente literal, de exprimir a mensagem platónica.Em A República, tal como no Fédon e no Fedro, o mito vem desvelar o sentido da vida humana, religar vida e destino que cada alma imortal seguirá depois da sua passagem pela terra.Chegando ao ponto em que demonstrou que as riquezas, as honrarias ou o poder em si pouco valem para a felicidade terrena, Platão usa o Mito de Er para, à semelhança do que fez no Fédon e no Górgias, mostrar que a virtude e a justiça são também condição para a felicidade supraterrena. Platão prorroga n'A República que, psicologicamente, o homem justo e temperado é sempre o mais feliz e que, o tirano, governado pelos desejos e pela ambição desmedida, é o mais infeliz, vivendo no receio permanente. Demonstrou também que, paradoxalmente, aquele que sabe verdadeiramente qual é a vida mais aprazível é o filósofo. Além disto, demonstrou-nos que os prazeres reais são aqueles que à razão vêm da sua contemplação da Verdade. Até aqui, contudo, a avaliação parece dar-se tendo em conta a verdadeira felicidade, livre de tormentos, mas na terra. Contudo, a dignidade da alma apresenta-se como correlato duma finalidade real – transcendente. A própria consideração da condição humana parece exigir o transcendente, uma realidade máxima. A vida humana revela precariedade e reduzida dimensão – mas tal apenas em comparação com o Ser e a eternidade.Em determinados textos, Platão abandona a argumentação dialéctica e recorre à narrativa mítica para exprimir idéias de difícil acesso. Este recurso permite uma abordagem não demonstrativa a temas escatológicos já demonstrados. Na forma do mito, Platão vai além das potencialidades do discurso racional e permite-se expor teorias cosmológicas – tal é o caso do próprio Mito de Er.
Os mitos platónicos são principalmente escatológicos (o do Górgias, o do Fédon, o de Er n'A República , o do Fedro). Tratam da salvação do homem, neste e no outro mundo. A alta consideração da felicidade do homem a partir do sentido da vida humana faz jus às exigências intelectuais que cada um, enquanto ser pensante que se projecta, faz inevitavelmente num ou noutro momento de sua vida. O período que a vida humana abarca é pequeno para um ser responsável e moralmente (pre)ocupado. O nosso ser, a nossa natureza projecta-se num além, sempre num mais além possível. Os mitos platónicos projectam do além a luz que deve iluminar a nossa conduta, a nossa vida, o nosso mundo aberto a partir do fim (telos). Platão é ocidental relativamente à interpretação do tempo: o futuro está à nossa frente, desvelando, orientando a nossa conduta para um desígnio que não é um qualquer, mas uma determinada concepção da humanidade. O Ocidental é isso, um abrir-se ao mundo mas para que ele caiba na nossa abertura, satisfazendo os nossos projectos, ou dito de outra forma, a chave para abrir o mundo é o nosso projecto.
Nos seus mitos, aquele a quem Cornford chamou pai do Cristianismo, mistura imaginação artística e seriedade religiosa. Molda o mundo de acordo com os seus moldes. Força o mundo a adaptar-se à sua razão numa demanda à justiça, numa demanda ao bem, numa demanda ao homem. Apercebendo-se do perigo da entrega do futuro do Homem aos homens, ele cria arquétipos incriados, sinais, modelos. Satisfazendo as exigências racionais daquele ser que viria a ser chamado ser vivo racional, ele faz do mundo de obstáculos um Cosmo cuja lei visa corrigir a incorrigibilidade dos critérios individualistas que destroem indivíduos, famílias, Estados. São um último reforço à tentativa de restaurar a paz interior, vencendo o individualismo na sua própria casa, oferecendo-lhe a visão de um juiz que exige ao individualista que seja altruísta se quer ver seu egoísmo saciado na verdadeira felicidade. O Mito platónico mostra a falsidade de todas as convenções quando não está por detrás delas algo de sério: a honra nada é, se quem a pretende ostentar não for honrado! A dignidade verdadeira não é um título, um carimbo, uma imagem, mas um ser que existe na dimensão da realidade. É o homem honrado que tem honra, não é o facto de se elogiar um homem chamando-lhe honrado que faz dele um homem que participa da honra.
O mito cumpre assim a sua tarefa pedagógica, moralizante, contra as velhas crenças, atacando aqueles que fingem ser o que não são, dando esperança aos que são e ainda não sabem ensinando-lhes que na realidade são. Zenão diria que somos deuses, mas Platão deu-nos deuses que cuidam de nós. O seu intuito foi religar o Homem com o Absoluto.Platão revela nos seus mitos influência pitagórica e oriental. Os seus motivos, desde a reencarnação ao julgamento divino, desde a purificação da alma (se bem que Platão desconsidere os ritos em nome da purificação interior) à crença na sua imortalidade, desde a sua concepção kármica da existência terrestre à importância dada à meditação e contemplação – os seus motivos são naturalmente de matriz oriental, provavelmente mediante o contacto com os pitagóricos, o que não obvia a inegável criatividade e o poderio manifestados quer nos seus mitos, quer na sua obra em geral. O seu pensamento revela ainda influências de matriz órfica. Os mitos de Orfeu têm uma origem antiga, mesmo para Platão e relativamente à estrutura do Panteão helénico da época. O Mito de Er teve um papel crucial na fixação duma escatologia com castigos e recompensas de acordo com a conduta moral do indivíduo. Cícero tem mesmo, na obra De Republica, um trecho chamado Sonho de Cipião que constitui uma réplica do mito platónico.
domingo, 14 de julho de 2013
Linear B
A escrita Linear B foi utilizada pelos povos micênicos entre os séculos XV a.C. e XII a.C., derivada provavelmente da escrita denominada Linear A, que por enquanto ainda não foi decifrada. A Linear B foi encontrada talhada em algumas tabuinhas de argila e vasos nos palácios de Pilos, Micenas, Tirinto e Tebas e em Cnossos e Cidônia.
O primeiro objeto contendo tais inscrições foi identificado pelo arqueólogo Sir Arthur Evans em 1886, quando ele ainda morava em Oxford. Tendo sido informado que o objeto era originário da ilha de Creta, Evans visitou a ilha em 1893, 1895 e 1896 em companhia do amigo John Myres. Lá ele descobriu que algumas das pequenas tabuinhas estavam sendo usadas pelas mulheres da ilha como adorno, por acreditarem tratar-se de amuletos, denominados γαλόπετρες (galopetres, "pedras de leite"). Em 1896 Evans iniciou as negociações para comprar o terreno de cujas ruínas supostamente se originavam as tabuinhas. Por causa da conturbada situação política da época, ele só pôde concretizar a compra totalmente em 1899. Evans contratou por telegrama Duncan Mackenzie, um arqueólogo de renome, a quem colocou como diretor do projeto e a 23 de março de 1900 as escavações se iniciaram. A partir de 5 de abril, foi localizada uma grande quantidade destas tabuinhas, feito que se repetiu em escavações posteriores durante a década de 1900. Entretanto, a linguagem que elas continham só foi decifrada na década de 1950 pelos arqueólogos de origem inglesa Michael Ventris e John Chadwick. Provavelmente Sir Arthur teria sido capaz de decifrar essa escrita, mas ele acreditava ser uma escrita que não possuía nenhuma relação com o grego arcaico, diferentemente de Ventris e Chadwick, que conseguiram decifrar a escrita Linear B correlacionando-a com o grego antigo. Acredita-se que essa escrita provavelmente era utilizada somente em certos registros como os contábeis, pois nenhum artefato contendo tais inscrições foi encontrado fora das regiões palacianas.A finalidade de praticamente todas as inscrições encontradas era a de registrar a administração do palácio durante um período de um ano. Quando passava o ano administrativo, as tabuinhas eram destruídas e começava-se novamente. Há, porém, casos em que as tabuinhas que ainda se guardavam do ano anterior.As tabuinhas são listas de compras, vendas ou entregas de produtos manufaturados ou matérias primas (prendas, bronze, azeite etc.), de gado ou de escravos a particulares, oficinas ou outros palácios, inventários (de armas, carros, cavalos etc.), oferendas a deidades ou a santuários (de mel, vinho etc.), listas de trabalhadores do palácio, o seu trabalho e remuneração etc.
Apesar de os textos serem monótonos, ajudaram a conhecer aspectos de uma sociedade anterior à grega arcaica, da qual temos muitos mais dados. Com estas listas foi possível descobrir como funcionava o governo desta cultura, os tipos de trabalhos dentro do palácio, como era a sua [[Civilização Micênica|economia, nomes dos principais deuses, tipos e partes de armaduras e carros, valor das unidades de medida, fases de elaboração de alguns objetos manufaturados, nomes de territórios, festas populares, nomes de meses, etc.
Não há nenhum tipo de inscrição literária, nem parece uma possibilidade viável pelo tipo de escrita que é a Linear B.
O principal material de suporte das inscrições escritas em Linear B conservado foi a argila cozida. Chegou até a atualidade quase por acaso, pois os micênicos não coziam a argila, mas deixavam-na secar ao ar uma vez escrita. Contudo, quando se foram produzindo as sucessivas quedas dos palácios, com os incêndios dos mesmos, ficaram cozidos todos os objetos de argila seca.
A dificuldade de tratar estes objetos ao encontrá-los fica em que a diferente quantidade de oxigênio que havia durante o cozimento (até mesmo em diferentes partes da mesma peça) e os muitos fragmentos em que se encontram por terem caído de estantes torna muito complicada a sua reconstrução completa.
Podem ser distinguidos vários tipos de suportes:
As tabuinhas, que por sua vez têm duas formas diferentes
As etiquetas
Os nódulos
Signos em vasilhas
As tabuinhas são os documentos mais numerosos que nos chegaram com inscrições. São suportes de argila com duas formas: as maiores, a de folha de página, retangulares com uma armação interna de palhas para evitar roturas, e as menores e alongadas ou de folha de palma, um canudo de argila esmagada nas mãos.
As tabuinhas de folha de palma são menores e costumam conter duas ou três linhas de informação. As tabuinhas de folha de página são maiores, e portanto, dão mais informação. Provavelmente uma única colhia a informação de várias tabuinhas de folha de palma. Colecionavam-se em caixas feitas de vime.
As etiquetas são retângulos de argila que se pregavam nas cestas de armazenamento (por exemplo, de tabuinhas). Sabe-se que este era o seu uso porque na parte posterior das etiquetas ficaram impressas as fibras do vime da cesta à que estavam pregadas.
Os nódulos são pequenos cones de argila unidos mediante um cordão. Normalmente vão junto aos rebanhos ou manadas de animais, dando informação sobre as reses.
Os signos sobre vasilhas são caracteres da Linear B pintados em vasilhas. Muitas vezes são apenas um símbolo que poderia indicar a propriedade ou o fabricante. Em outros casos são inscrições mais longas, às vezes complicadas de ler, que costumam indicar a procedência.
Linear A
Escrita Linear A em fragmentos de cerâmica (Akrotiri).
Linear A é um dos dois sistemas de escrita (o outro é a escrita pictográfica ou, menos correctamente, hieroglífica cretense) utilizados na Creta minóica anteriormente à sua sucessora, a Linear B micênica, utilizada para grafar a língua helênica dos invasores oriundos do continente (c. 1 450 a.C.). O alfabeto Linear A, nome cunhado por Arthur Evans, é a transformação e simplificação da escrita ideogramática que provém da escrita do período neopalaciano. Evans especulou que se tenha tornado em escrita por volta de 1 800 a.C., mas essa visão foi recentemente rejeitada com a descoberta de símbolos de transição. Os elementos iconográficos se sistematizaram tornando a escrita mais fluída. Mas a transição de uma escrita para a outra foi tão lenta que ambos os sistemas estiveram em vigor em paralelo. Esta escrita é chamada de linear porque é composta de sinais, que apesar de derivados dos ideogramas, já não são reconhecíveis como representações de objetos, mas composta por formações abstratas. Os documentos descobertos até agora são inscrições em tabelas de argila e outros objetos de culto. Os textos em Linear A do palácio Hagia Triada são os mais numerosos: foram descobertos 150 pequenas placas de argila onde são listadas transações e armazenamentos. Textos similares foram encontrados em Cnossos, Malia, Festo, Talyssos, Palecastro, Archanes e Cato Zacro. Os texto incluem títulos que indicam os prováveis locais e personagens. O sistema de numeração era diferente da escrita hieroglífica. Cerca de 100 símbolos foram amplamente utilizados em Linear A. Destes, doze eram ideogramas, apresentados separadamente em listas antes dos números. O sistema Linear A teve variações locais, havendo, no entanto, elementos comuns. Certo número de inscrições tinha um caráter mágico e religioso. Elas foram gravados ou escritas em utensílios de rituais, jarras, tabuinhas de oferendas, colheres de pedra, copos e xícaras de toda Creta. De fato, acredita-se que em 1 600 a.C. o Linear A era usado em toda ilha. Mas a maioria dos textos deste período foram escritos em cartazes de barro em forma de pastilhas retangulares. Embora seja certo que a língua destas tabuinhas é minoica, uma vez que ainda não foi decifrada, muitos reconhecem os elementos de uma língua semítica, luvita ou indo-europeia. Através da aplicação de valores fonéticos que são conhecidos que se aplicam na escrita Linear B, alguns pesquisadores conseguiram produzir uma variedade de interpretações de textos escritos em Linear A. Foi também identificado um sistema de numeração decimal: linhas verticais para as unidades, pontos ou linhas horizontais para dezenas, pequenos círculos para as centenas e círculos com raio para os milhares. A direção da escrita foi da esquerda para a direita. Inscrições curtas nesta escrita são encontrados em gessos em Cnossos e Hagia Triada, em inscrições de muitos selos e em pithoi (vasos de barro de grandes dimensões) de diversas origens. As inscrições nos pithoi incluem geralmente três ou quatro sinais e são, portanto, tetrassilábicas ou trissilábicas e possivelmente significam o nome dos proprietários ou dos fabricantes dos pithoi, sem excluir o nome dos deuses, o conteúdo ou nomes de lugares. Linear A incisa em vaso (Akrotiri) A maior dificuldade para a leitura do Linear A é o fato de muito poucos textos terem sido preservados e muitos dos documentos encontrados serem apenas fragmentos, tornando difícil aplicar com alguma probabilidade de sucesso o método utilizado para a descodificação do sistema Linear B, com o qual tem semelhanças, mas também diferenças. Sítios que possuem um grande número de tabuinhas são sítios que foram queimados em 1450 a.C., onde o fogo cozeu as tabuinhas de argila, permitindo a sua conservação. Para outros locais, a descoberta de documentos em Linear A é mais aleatória. A expansão do comércio durante o segundo período palaciano minoico resultou na disseminação da escrita minoica nas ilhas e na Grécia continental. Há amostras conhecidas em Milos, Ceos, Citera, Naxos e Santorini.
Linear A é um dos dois sistemas de escrita (o outro é a escrita pictográfica ou, menos correctamente, hieroglífica cretense) utilizados na Creta minóica anteriormente à sua sucessora, a Linear B micênica, utilizada para grafar a língua helênica dos invasores oriundos do continente (c. 1 450 a.C.). O alfabeto Linear A, nome cunhado por Arthur Evans, é a transformação e simplificação da escrita ideogramática que provém da escrita do período neopalaciano. Evans especulou que se tenha tornado em escrita por volta de 1 800 a.C., mas essa visão foi recentemente rejeitada com a descoberta de símbolos de transição. Os elementos iconográficos se sistematizaram tornando a escrita mais fluída. Mas a transição de uma escrita para a outra foi tão lenta que ambos os sistemas estiveram em vigor em paralelo. Esta escrita é chamada de linear porque é composta de sinais, que apesar de derivados dos ideogramas, já não são reconhecíveis como representações de objetos, mas composta por formações abstratas. Os documentos descobertos até agora são inscrições em tabelas de argila e outros objetos de culto. Os textos em Linear A do palácio Hagia Triada são os mais numerosos: foram descobertos 150 pequenas placas de argila onde são listadas transações e armazenamentos. Textos similares foram encontrados em Cnossos, Malia, Festo, Talyssos, Palecastro, Archanes e Cato Zacro. Os texto incluem títulos que indicam os prováveis locais e personagens. O sistema de numeração era diferente da escrita hieroglífica. Cerca de 100 símbolos foram amplamente utilizados em Linear A. Destes, doze eram ideogramas, apresentados separadamente em listas antes dos números. O sistema Linear A teve variações locais, havendo, no entanto, elementos comuns. Certo número de inscrições tinha um caráter mágico e religioso. Elas foram gravados ou escritas em utensílios de rituais, jarras, tabuinhas de oferendas, colheres de pedra, copos e xícaras de toda Creta. De fato, acredita-se que em 1 600 a.C. o Linear A era usado em toda ilha. Mas a maioria dos textos deste período foram escritos em cartazes de barro em forma de pastilhas retangulares. Embora seja certo que a língua destas tabuinhas é minoica, uma vez que ainda não foi decifrada, muitos reconhecem os elementos de uma língua semítica, luvita ou indo-europeia. Através da aplicação de valores fonéticos que são conhecidos que se aplicam na escrita Linear B, alguns pesquisadores conseguiram produzir uma variedade de interpretações de textos escritos em Linear A. Foi também identificado um sistema de numeração decimal: linhas verticais para as unidades, pontos ou linhas horizontais para dezenas, pequenos círculos para as centenas e círculos com raio para os milhares. A direção da escrita foi da esquerda para a direita. Inscrições curtas nesta escrita são encontrados em gessos em Cnossos e Hagia Triada, em inscrições de muitos selos e em pithoi (vasos de barro de grandes dimensões) de diversas origens. As inscrições nos pithoi incluem geralmente três ou quatro sinais e são, portanto, tetrassilábicas ou trissilábicas e possivelmente significam o nome dos proprietários ou dos fabricantes dos pithoi, sem excluir o nome dos deuses, o conteúdo ou nomes de lugares. Linear A incisa em vaso (Akrotiri) A maior dificuldade para a leitura do Linear A é o fato de muito poucos textos terem sido preservados e muitos dos documentos encontrados serem apenas fragmentos, tornando difícil aplicar com alguma probabilidade de sucesso o método utilizado para a descodificação do sistema Linear B, com o qual tem semelhanças, mas também diferenças. Sítios que possuem um grande número de tabuinhas são sítios que foram queimados em 1450 a.C., onde o fogo cozeu as tabuinhas de argila, permitindo a sua conservação. Para outros locais, a descoberta de documentos em Linear A é mais aleatória. A expansão do comércio durante o segundo período palaciano minoico resultou na disseminação da escrita minoica nas ilhas e na Grécia continental. Há amostras conhecidas em Milos, Ceos, Citera, Naxos e Santorini.
koiné
O grego helenístico ou koiné (no grego moderno Ελληνιστική Κοινή , literalmente "koiné helenístico", ou Κοινή Ελληνική, AFI: [kʲiˈni eliniˈkʲi], "koiné grego", também conhecido como ἡ κοινὴ διάλεκτος, AFI: [i kʲiˈni ðiˈalektos], "o dialeto comum") é a forma popular do grego que emergiu na pós-Antiguidade clássica (c.300 a.C – AD 300). Outros nomes associados são alexandrino, patrístico, comum, bíblico ou grego do Novo Testamento. Os nomes originais foram koiné, helênico e macedônio (macedônico).Desenvolveu-se a partir do dialeto ático, falando na região da Ática (onde se encontra Atenas), embora tenha grande influência de elementos do jônico. O koiné foi o primeiro dialeto comum supra-regional na Grécia, e chegou a servir como um lingua franca no Mediterrâneo Oriental e no antigo Oriente Próximo ao longo do período romano. Foi também a língua original do Novo Testamento da Bíblia e da Septuaginta (tradução grega das escrituras judaicas). O koiné é o principal ancestral do grego moderno.
Apolônio Díscolo (em grego: Απολλώνιος ο Δύσκολος, em latim: Apollonius Dyscolus; floresceu no século II) é considerado um dos maiores gramáticos gregos. Nasceu em Alexandria, filho de Mnesiteu. Não são conhecidas as datas de seu nascimento e morte. Seu filho Élio Herodiano dedicou um trabalho a Marco Aurélio, onde menciona que Apolônio teria vivido entre o início e o meio do século II.
Apelidado de ὁ δύσκολος, que significa "o ranzinza, ou intratável, ou difícil de agradar", por causa de sua personalidade irascível e muito analítica, viveu nos reinados de Adriano e Antonino Pio. Passou a maior parte de sua vida em sua cidade natal de Alexandria, onde morreu, e é também dito que visitou Roma e atraiu a atenção de Antonino. Foi o fundador da gramática científica e é denominado por Prisciano grammaticorum princeps. Escreveu extensivamente sobre as partes do discurso. Dos vinte livros citados na Suda, quatro ainda existem: sobre a sintaxe, ed. J. Lallot, 1997,1 e três tratados menores: sobre advérbios, sobre conjunções, e sobre pronomes, ed. Richard Schneider, 1878.
protogrego
O proto-grego ou protogrego é o suposto ancestral comum a todas as variedades do grego, incluindo o micênico, o grego clássico e seus dialetos (ático-jônico, eólico, dórico e o grego do noroeste) e, posteriormente, o koiné, o grego bizantino e o grego moderno. A maior parte dos estudiosos inclui os fragmentos da língua macedônia antiga como descendente de uma língua anterior, "proto-helênica", ou como descendente do próprio proto-grego, na qualidade de língua helênica ou mesmo de um dialeto do grego.
O proto-grego teria sido falado no fim do terceiro milênio a.C., muito provavelmente nos Bálcãs. A unidade do idioma teria terminado à medida que os migrantes helênicos que falavam um ancestral do micênico, entraram na península grega, por volta dos séculos XXI a XVII a.C., e separaram-se assim dos gregos dórios, que entraram na península somente um milênio mais tarde e, portanto, mantiveram um dialeto que é considerado, em alguns aspectos, mais arcaico.
A evolução do proto-grego deve ser considerada em relação a um sprachbund anterior paleo-balcânico, que torna difícil delinear as fronteiras exatas entre cada uma destas protolínguas. A representação caracteristicamente grega das laringais em início de palavra por vogais protéticas é partilhada pelo armênio, que também possui em comum com o grego outras peculiaridades fonológicas e morfológicas do grego. O parentesco entre o armênio e o grego explicaria a natureza parafilética da isoglossa centum-satem.
As grandes semelhanças entre o grego antigo e o sânscrito védico sugerem que tanto o proto-grego quanto o proto-indo-iraniano ainda eram muito semelhantes a um proto-indo-europeu tardio, o que o situaria cronologicamente em algum ponto do quarto milênio a.C., ou de um proto-idioma greco-ariano posterior ao proto-indo-europeu. Esta última hipótese, no entanto, tem pouco apoio entre os linguistas, já que tanto a distribuição geográfica quanto cronológica do grego e do indo-ariano se encaixam com a hipótese Kurgan, do proto-indo-europeu.
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